sábado, abril 22, 2006

Há dias assim...

Escrevo porque me apetece fugir da realidade.

Não por não ter o que fazer, mas porque simplesmente não me apetece fazer mais nada. Envolve-me uma sensação de inércia, uma vontade incontrolável de não fazer nada, de ficar à frente do computador ou da televisão durante horas.
Ao fundo, uma música de embalar toma conta do ambiente, para tentar acalmar um choro demasiado sufocante...
O trabalho mantém-se em cima da secretária, à espera que alguém lhe pegue, que alguém tenha pachorra para ler aquele calhamaço de mais de 150 páginas! Não sou capaz. Apetece-me pegar-lhe sim, para o arrumar na pasta e deixar para outro dia.
Nem a felicidade da vitória de um qualquer clube de futebol por quem se tem um carinho especial é capaz de espevitar, de acabar com esta passividade...
O choro mantém-se, torna-se cada vez mais intenso e nada o faz parar. Sinto-me quase tão extenuada como se fosse eu a chorar.
Volto a olhar para a secretária. Quanto mais o faço, menos vontade tenho. Mas é preciso acordar para a vida, não posso continuar a adiar. Se o fizer, amanhã estarão dois calhamaços à espera, em vez de um, e o tempo começa a esgotar-se.
O choro cessou, talvez com ele se vá esta sensação de moleza, de cansaço...
Mas a música continua, e parece que com ela o meu corpo teima em adormecer, quiçá cansado pelo dia demasiado agitado, ou pela sucessão de dias como este.

sábado, abril 15, 2006

Que quer dizer "cativar"?


Há, sem dúvida, imensas coisas que nos cativam ao longo da vida: histórias, pessoas, momentos... Por isso, e porque esta deve ser uma lição de vida para todos nós, deixo-vos aqui este excerto de uma história que faz parte do nosso imaginário.

«E foi então que apareceu a raposa:- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda não me cativaste.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um rapaz inteiramente igual a cem mil outros rapazes. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...»

sexta-feira, abril 07, 2006

Dois corpos


Pensei vaguear pelas ruas, preciso espairecer. No entanto, o calor da cama parece-me mais apetecível. Faz-me recordar a sensação de te ter junto a mim, junto ao meu corpo, e sinto-me bem. Talvez seja isso que me leva a escrever estas palavras.
É sem dúvida extasiante a sensação de termos alguém junto a nós, que nos abraça, nos acaricia e nos protege. E queremos que aquele momento não acabe nunca, parece que o mundo lá fora pára, deixa de existir, que só existem aqueles dois corpos e nada mais... Apetece-nos ficar ali para sempre e esquecer tudo o resto.
Mas quando acaba tudo muda, existem muitas outras coisas que se opõe áquele momento, que tentam contrariar aquela sensação. Isso faz-nos ter dúvidas sobre o que sentimos, sobre o que queremos.
A única certeza que temos é que queremos voltar a ter momentos daqueles, que nos queremos sentir bem, queremos fazer daqueles instantes algo especial e inesquecível.
Entretanto, o mundo lá fora continua e um turbilhão de coisas continua a acontecer... Temos que acordar para a realidade, para a vida, para as incertezas.
Queremos aproveitar cada segundo e vivê-lo intensamente, mas o medo e a dúvida apoderam-se de nós e tentam consumir toda a felicidade que estes momentos nos proporcionam. Mas não podemos permitir que isso aconteça...

sábado, abril 01, 2006

"Epiphany"


Há músicas que nos tocam profundamente de cada vez que as ouvimos. Esta é uma delas...

"Your words to me just a whisper
Your Face's so unclear
I try to pay attention
Your words just disappear
Cuz it's always raining in my head
Forget all the things I should have said
So I speak to you in riddles because
My words get in my way
I smoke the whole thing to my head
And feel it wash away
Cuz I can't take anymore of this
I want to come apart
Or dig myself a little hole inside your precious heart

Cuz it's always raining in my head
Forget all the things I should have said

I am nothing more than a little boy inside
That cries out for attention
Though I always try to hide
And I talk to you like children
But I don't know how I feel
But I know I'll do the right thing
If the right thing is revealed

But it's always raining in my head
Forget all the things I should have said"

("Epiphany" - Staind)

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